Como convencer um idoso a aceitar um cuidador
A quantidade de idosos vem crescendo cada vez mais, devido aos avanços das técnicas científicas que estão proporcionando aos indivíduos um bem-estar do corpo e da mente. Em virtude disso, muitos idosos hoje em dia vivem sozinhos em suas residências. Porém, existem algumas situações nas quais essa vivência solitária se torna inviável. No início da vida, o bebê conta com a proteção e os cuidados dos pais, e à medida que uma pessoa caminha para a velhice, o seu estado de saúde fica enfraquecido e debilitado, sendo natural que ela não consiga executar determinadas tarefas a que antes estava habituado. Nestas circunstâncias o idoso precisa de auxílio e os papeis vão se invertendo.
O fato é que os pais envelhecem quando os filhos ainda estão em uma fase ativa de suas vidas. Sendo assim, muitos não conseguem dar a assistência que os idosos precisam no momento, por conta disso muitas famílias optam por buscar a ajuda de um profissional especializado (cuidador de idosos) na área. Independente de qual seja a causa para esse contato, em quase todas as ocorrências quem procurará é a família, e muitas vezes a terceira idade vê isso como algo negativo. Isso acontece normalmente pela desagradável troca de papéis, na qual os filhos passam a ocupar um posicionamento de maior autoridade que os pais e este pode ser um dos principais motivos da dificuldade de aceitação. Na maior parte da vida eles estiveram acostumados a serem líderes, a ter suas decisões priorizadas na família.
Uma das coisas que também acaba complicando o processo de aceitação é que muitos dessa classe fizeram parte de uma geração que não teve convivência com o mundo tecnológico, logo, tiveram menos acesso às informações.
Por conta disso é sempre importante explicar cada passo. O ponto principal é o diálogo, converse com o idoso para entender o que o atormenta a não querer aceitar a ajuda de um cuidador. Lembre-se sempre de ir para essa conversa preparado para apresentar os motivos de forma tranquila e segura. Esteja ciente de que será necessário ser bastante convincente, e, para que tudo isso de certo, é necessário pesquisar argumentos de acordo com a necessidade de cada um, optando sempre a mostrar os lados positivos da contratação do serviço. Por exemplo, em um caso em que o idoso tenha dificuldades de locomoção, utilize argumentos baseados nos benefícios que um acompanhante trará para a sua mobilidade. Caso o idoso tome muitos medicamentos, procure utilizar isso como argumento, de que os remédios exigem um controle dos horários e o acompanhante é necessário.
Demonstrando carinho e preocupação, pode ser também um caminho para quebrar a impressão que o idoso tem de estar sendo sempre criticado, esse momento é importante para que ele não se sinta sozinho, muitos sentem o medo da solidão e por conta disso não aceitam o cuidador. É importante enfatizar que independente da ajuda, você estará sempre por perto.
Além do mais, procure estimular a interação de forma natural entre os dois (idoso e cuidador), esteja presente nas primeiras conversas, mas procure não interferir muito, mas procurando uma harmonização entre os dois. Este também é o momento para observar se o profissional tem compatibilidade com o idoso. A escolha é o ponto inicial mais importante para estimular a aceitação. Caso a primeira interação seja proveitosa e agradável, as chances de recusa são menores. Outra boa solução é mostrar ao idoso os benefícios que aquele acompanhante poderá proporcionar a ele. Um passeio que um parente não pode proporcionar ao idoso pode ser proporcionado pelo cuidador, assim como simples comentários sobre a novela ou programa de TV.
Todos vamos envelhecer e precisar de cuidados. Quanto mais saudável for a relação entre os familiares ao longo da vida, quanto mais intimidade, cumplicidade, respeito e afeto houver, melhor. E o papel do cuidador se torna a cada dia mais importante na vida dos idosos.